Qualidade de vida no trabalho

Boreout é real? Entenda como o tédio no trabalho virou um risco à saúde mental

Renata Tavolaro - Head de Psicologia da orienteme e autora de autoridade em psicologia

Escrito por Renata Tavolaro

Head de Psicologia da orienteme | Psicóloga CRP 06/39083
Pós Graduada em Gestão de Pessoas e Terapia online/PUC, MBA em Gestão Estratégica/FGV com mais de 30 anos no atendimento psicoterapêutico presencial e online. Atuação com terapia cognitivo comportamental e programação neurolinguística.

A síndrome de boreout mostra que o tédio e a falta de desafios no trabalho também representam riscos sérios à saúde mental

Síndrome de boreout é um termo que vem ganhando espaço nas discussões sobre saúde mental no ambiente corporativo. Enquanto o esgotamento físico e emocional do burnout já é amplamente reconhecido, o oposto também pode causar danos significativos. 

Com a rotina cada vez mais automatizada e funções repetitivas, muitos profissionais enfrentam o sentimento de inutilidade no dia a dia. E a saúde mental é uma das novidades da nova NR1.

E vale lembrar que o prazo de adequação à NR1 foi oficialmente adiado para 26/05/2026, conforme Portaria MTE nº 765/25, o que reforça a necessidade de atenção aos riscos psicossociais no ambiente profissional.

O que é a síndrome de boreout e como ela se manifesta

A síndrome de boreout é uma condição caracterizada pela falta de desafios, subutilização das capacidades e desinteresse contínuo pelas atividades laborais. 

Ao contrário do estresse intenso, o que prevalece é o tédio constante, que afeta diretamente a autoestima, a motivação e o bem-estar emocional. 

Essa síndrome costuma atingir profissionais que desempenham funções monótonas, com baixa exigência intelectual ou tarefas que não correspondem à sua formação e habilidades. 

Com o tempo, esse descompasso pode gerar frustração, sensação de inutilidade e até quadros de ansiedade e depressão, pois não se trata apenas de “estar entediado”, mas sim de conviver com um esvaziamento do propósito no trabalho.

O tédio prolongado pode ser tão prejudicial quanto o excesso de demandas, pois a ausência de estímulos profissionais compromete a percepção de pertencimento e o engajamento. 

Esse tipo de situação reforça a importância de ambientes que valorizem a escuta ativa, o desenvolvimento contínuo e a construção de vínculos significativos. 

síndrome de boreout

Diferenças entre a síndrome de Boreout e o Burnout

Apesar de ambos os termos estarem relacionados ao sofrimento no ambiente de trabalho, trata-se de condições com origens e sintomas distintos. O burnout está associado à sobrecarga: excesso de tarefas, prazos apertados, pressão constante e exaustão emocional. 

Enquanto o boreout está ligado à ausência de desafios e à desmotivação gerada por tarefas repetitivas ou sem sentido.

Enquanto o burnout faz com que o profissional se sinta sobrecarregado e incapaz de cumprir todas as demandas, no boreout a sensação é de estagnação e inutilidade. 

Assim, no primeiro caso, a saúde mental é afetada pelo ritmo acelerado e no segundo, pelo marasmo e pela ausência de propósito. Por isso, reconhecer essa diferença é fundamental para que gestores e equipes de RH adotem medidas específicas. 

Estratégias para prevenir e combater a síndrome de boreout

A prevenção da síndrome de boreout começa com o reconhecimento de que o tédio também representa um risco à saúde mental, e não basta apenas manter uma rotina “tranquila” para garantir o bem-estar no ambiente corporativo. 

Estímulo, propósito e reconhecimento são elementos essenciais para a satisfação profissional.

A seguir, veja algumas estratégias eficazes:

  • Revisão de funções e redistribuição de tarefas: avaliar se as atividades estão alinhadas às competências e ao perfil do colaborador pode fazer toda a diferença.
  • Estímulo ao aprendizado contínuo: oferecer cursos, workshops ou projetos internos permite que as pessoas se sintam valorizadas e em constante evolução.
  • Criação de metas claras e alcançáveis: ter objetivos bem definidos contribui para o engajamento e reduz a sensação de inutilidade.
  • Valorização da comunicação aberta: promover um ambiente onde seja possível expressar insatisfações e propor melhorias fortalece a confiança entre líderes e equipes.
  • Incentivo à autonomia e à criatividade: dar liberdade para sugerir novas ideias ou formas de executar tarefas que estimulam o senso de pertencimento e inovação.
  • Integração entre setores e equipes: ampliar a interação entre diferentes áreas pode renovar o interesse e oferecer novas perspectivas de atuação.

Mais do que aplicar técnicas isoladas, é essencial cultivar uma cultura de segurança no ambiente corporativo que inclua reconhecer as diferentes formas de adoecimento mental e agir de maneira proativa. 

A síndrome de boreout representa um sinal de alerta para organizações que desejam evoluir não apenas em resultados, mas também em qualidade de vida no trabalho. 
Para saber como promover um ambiente mais saudável, produtivo e alinhado às normas de saúde ocupacional, conheça as soluções da orienteme e transforme a experiência no seu ambiente corporativo.

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