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Ansiedade pode ser definida como um sentimento vago e desagradável de medo, apreensão, caracterizado por tensão ou desconforto derivado de antecipação de perigo, de algo desconhecido ou estranho. Passam a ser reconhecidos como patológicos, a ansiedade e o medo, quando são exagerados, desproporcionais em relação ao estímulo, ou qualitativamente diversos do que se observa como norma naquela faixa etária e interferem com a qualidade de vida, o conforto emocional ou o desempenho diário do indivíduo. Reações exageradas ao estímulo ansiogênico se desenvolvem mais em indivíduos com uma predisposição neurobiológica herdada.
Para diferenciar ansiedade normal de ansiedade patológica, deve avaliar se a reação ansiosa é de curta duração, autolimitada e relacionada ao estímulo do momento ou não. Os transtornos ansiosos não derivam de outras condições psiquiátricas. Sintomas ansiosos podem acontecer em transtornos psiquiátricos, mas não são a causa da ansiedade, como o transtorno de pânico ou agorafobia.
As principais técnicas utilizadas de acordo com a Terapia Cognitiva Comportamental para o transtorno do pânico envolvem os passos abaixo:
O primeiro passo do tratamento é a psicoeducação do paciente. Tem como propósito retificar os mitos e os entendimentos do senso comum sobre os sintomas do Transtorno de Personalidade e corrigir as interpretações distorcidas sobre os próprios sintomas. A correção das interpretações distorcidas permite que o paciente busque novos significados para seus pensamentos, compreendendo-os assim, de forma mais leve e funcional. A psicoeducação inclui o conceito de Transtorno de Personalidade, as influências biológicas e psicológicas, os sintomas, as causas, as complicações e explicações sobre o modelo cognitivo-comportamental.
Uma das técnicas para o enfrentamento da ansiedade é a respiração diafragmática. Respirar de forma inadequada conduz à hiperventilação e ao aumento de oxigenação sanguínea, assemelhando-se às sensações vivenciadas durante uma crise de pânico.
A técnica de relaxamento muscular progressivo consiste em tensionar e logo relaxar os principais grupos musculares do seu corpo, um de cada vez. As técnicas de respiração e relaxamento podem ser utilizadas de forma isolada ou sequencial. É papel do paciente notar qual técnica tem mais efeito para controlar seus sintomas e utilizá-las antes de ter a crise instalada, de uma forma preventiva.
A exposição interoceptiva consiste na indução gradual das sensações físicas para que o paciente se habitue a elas e perceba que condicioná-las com interpretações catastróficas é disfuncional, pois são sensações comuns, que todas as pessoas costumam sentir. A sensação deixa de ser assustadora e se torna apenas desconfortável e estranha.
Para a realização da técnica de exposição in vivo, o paciente deve elaborar uma lista citando os lugares e situações que evita por sentir medo, classificando o grau de ansiedade (sentimento) e os pensamentos automáticos que passam no momento da sensação de medo.
Além das técnicas comportamentais mencionadas para o tratamento de Transtorno de Personalidade, também são empregadas técnicas cognitivas com o objetivo de corrigir os pensamentos automáticos disfuncionais e crenças distorcidas. Identificação de pensamentos disfuncionais, mudanças de crenças e nucleares, questionamento socrático, psicoeducação entre outros.
Há uma estratégia eficiente tanto para Transtorno de Personalidade quanto para ansiedade desenvolvida por Bernard Rangé (1995) nomeada A.C.A.L.M.E.-S.E. Cada letra da palavra explicita um passo para que o indivíduo consiga lidar com situações temíveis (Aceite a sua ansiedade, Contemple as coisas em sua volta, Aja com sua ansiedade, Libere o ar de seus pulmões, Mantenha os passos anteriores, Examine seus pensamentos, Sorria, você conseguiu, Espere o futuro com aceitação). Deve ser lida em voz alta e o paciente sempre terá uma cópia para ler caso sinta necessidade.
Texto escrito por: Paulo Henrique dos Santos Pereira
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REFERÊNCIAS
Rangé B. Tratamento cognitivo-comportamental para o transtorno de pânico e agorafobia: uma história de 35 anos. Estudos de Psicologia: Campinas; 2008. p. 477-86.
MANFRO, Gisele Gus et al . Terapia cognitivo-comportamental no transtorno de pânico. Rev. Bras. Psiquiatr., São Paulo , v. 30, supl. 2, p. s81-s87, Oct. 2008 . Available from<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S151644462008000600005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 11 Feb. 2020.