O crescimento dos jogos de apostas online exige apoio das empresas para identificar e amparar colaboradores afetados por esse vício. Saiba como!
O apoio nas empresas frente ao vício em jogos de apostas nunca foi tão urgente, pois segundo o levantamento do Observatório Brasileiro de Informações sobre Drogas (Obid), 38,6% dos apostadores no Brasil apresentam algum grau de risco relacionado ao vício.
Um fato que evidencia a necessidade de acolhimento institucional, especialmente quando políticas como a nova NR1 reforçam a atenção à saúde mental e aos fatores psicossociais no ambiente de trabalho.
Com isso, empresas conscientes podem adotar estratégias de suporte que minimizem prejuízos individuais e organizacionais frente aos vários problemas relacionados ao vício em jogos.
Como o vício em jogos impacta o ambiente profissional?
O vício em jogos de aposta não se limita ao tempo dedicado jogando de fato, ele repercute diretamente em todos os espaços que a pessoa está, incluindo o ambiente de trabalho e, principalmente, em casa.
E não se pode ignorar que grande parte dos recursos econômicos vêm do trabalho, por isso que departamentos de RH têm percebido comportamentos preocupantes para além da desconcentração, do absenteísmo e até das crises financeiras pessoais.
E se engana quem considera o problema algo individual, trata-se de risco coletivo, pois envolve uma cadeia de relações, recursos e influências. Entre as várias formas que impactam o profissional estão:
- Ansiedade constante por resultados diante das perdas financeiras.
- Irritação constante e mudanças bruscas de humor.
- Insônia ou sono irregular devido à preocupação com apostas e valores perdidos.
- Sentimento de culpa e baixa autoestima.
- Dificuldade de concentração e de tomada de decisões.
- Desmotivação e perda de interesse por atividades cotidianas.
- Compulsão crescente, com necessidade de apostar quantias crescentes para sentir satisfação.
- Conflitos recorrentes com cônjuges e familiares sobre dinheiro.
- Mentiras ou omissão sobre os gastos e dívidas.
- Possível isolamento social e afastamento de amigos e familiares.
- Negligência com responsabilidades familiares (filhos, contas, afazeres domésticos).
- Aumento de estresse e conflitos familiares a ponto de levar a separações conjugais.
- Queda de produtividade e desempenho no trabalho.
- Atrasos, faltas e absenteísmo frequente.
- Uso do tempo de trabalho para apostar online ou conferir resultados.
- Dificuldade em cumprir metas e prazos.
- Conflitos com colegas e líderes devido a distração ou comportamento instável.
- Pedidos constantes de adiantamento salarial.
- Afastamentos por estresse, ansiedade ou esgotamento mental.
- Comprometimento da imagem profissional e risco de desligamento.

O que fazer para apoiar colaboradores com esse problema?
Diante de tudo isso, as empresas não só podem como devem assumir responsabilidades para observar, auxiliar e até resolver os problemas provenientes do vício em jogos. O apoio nas empresas pode ser feito da seguintes formas:
- Criando programas de assistência ao colaborador (EAP) que ofereçam apoio psicológico, orientação financeira e encaminhamentos terapêuticos.
- Criando canais confidenciais de atendimento onde o colaborador possa buscar ajuda sem medo de estigmatização ou exposição.
- Oferecer capacitação e sensibilização para gestores, para que percebam sinais iniciais e saibam encaminhar adequadamente.
- Promover ações educativas e campanhas internas, com palestras ou workshops sobre comportamento compulsivo, finanças pessoais e prevenção.
- Facilitar o acesso a tratamento especializado (psicologia, psiquiatria) por meio de convênios ou parcerias.
- Monitorar indicadores de risco (absenteísmo, queda de desempenho, solicitação de adiantamentos) e usar essas métricas para detectar casos precocemente e agir quanto antes.
A NR-1 e a saúde mental como apoio nas empresas
Vale sempre lembrar que com a nova NR1, as empresas são estimuladas a identificar e gerenciar riscos psicossociais no ambiente de trabalho, tendo total relação com a questão das bets e a saúde mental.
E como o vício em jogos pode ser enquadrado como vulnerabilidade psicológica que exige atenção preventiva pelos gestores e pelo RH institucional, a norma existe também para mitigar os danos e propor medidas como as listadas acima.
Inclusão do vício como fator de risco psicossocial
A norma amplia a responsabilidade das empresas de considerar contextos como estresse, dependências comportamentais e sobrecarga mental. Portanto, o vício em apostas deve ser considerado na análise global de fatores que geram sofrimento no trabalho.
Como o PGR pode considerar esse tipo de vulnerabilidade?
Sobre o Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), ele deve contemplar fatores psicossociais.
O que significa mapear vulnerabilidades como o comportamento compulsivo em apostas, incluindo medidas de mitigação e oferecendo suporte como parte das políticas de prevenção de riscos.
Portanto, implementar medidas de apoio nas empresas para lidar com o vício em jogos significa proteger pessoas e preservar a produtividade corporativa com olhar humano e preventivo.
E para facilitar esse processo, a orienteme fornece todo o apoio necessário para alinhar as práticas à nova NR1 e fortalecer a cultura de cuidado, tornando a empresa mais resiliente.
