Qualidade de vida no trabalho

Fatores que contribuem para a sobrecarga de trabalho em empresas

Renata Tavolaro - Head de Psicologia da orienteme e autora de autoridade em psicologia

Escrito por Renata Tavolaro

Head de Psicologia da orienteme | Psicóloga CRP 06/39083
Pós Graduada em Gestão de Pessoas e Terapia online/PUC, MBA em Gestão Estratégica/FGV com mais de 30 anos no atendimento psicoterapêutico presencial e online. Atuação com terapia cognitivo comportamental e programação neurolinguística.
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Entenda como fatores organizacionais e pessoais podem aumentar a sobrecarga de trabalho

A sobrecarga de trabalho é uma realidade em muitas empresas e pode gerar consequências negativas tanto para os colaboradores quanto para a organização. Com as demandas crescentes do mercado e a pressão por produtividade, é fundamental entender o que contribui para esse problema e como minimizá-lo. 

Vamos entender a seguir os principais fatores que levam à sobrecarga e como isso afeta o ambiente corporativo.

Falta de planejamento e distribuição desigual de tarefas

Um dos principais motivos para a sobrecarga de trabalho é a falta de planejamento eficaz e a distribuição desigual de tarefas. 

Quando a empresa não planeja de forma adequada as demandas e não define prioridades, acaba sobrecarregando alguns colaboradores enquanto outros permanecem subutilizados. Esse desequilíbrio afeta a produtividade e prejudica a motivação dos funcionários.

Em cenários onde o planejamento é ineficiente, alguns colaboradores são designados para tarefas além de sua capacidade ou competência, muitas vezes pela urgência em atender prazos ou pela ausência de processos claros. Em longo prazo, isso resulta em estresse e cansaço, além de problemas de saúde.

A falta de uma gestão eficiente faz com que a carga de trabalho se acumule em momentos críticos. Projetos que poderiam ser realizados de forma escalonada acabam sendo entregues com prazos apertados, forçando horas extras constantes, impactando diretamente a saúde e produtividade.

Pressão por resultados e falta de reconhecimento

Outro fator que contribui significativamente para a sobrecarga de trabalho é a pressão contínua por resultados e a ausência de reconhecimento. 

Em um mercado competitivo, é natural que empresas exijam alta performance, mas quando essa pressão se torna constante e os esforços não são reconhecidos, os funcionários podem se sentir desmotivados e sobrecarregados.

A cobrança excessiva sem uma contrapartida emocional ou financeira adequada gera um ciclo prejudicial. O colaborador se vê na obrigação de se esforçar continuamente para atender às expectativas, mas, sem o reconhecimento de seu trabalho, tende a perder o engajamento e enxergar suas responsabilidades como um fardo.

Ambientes que investem em psicologia organizacional e valorizam o bem-estar conseguem criar um equilíbrio mais saudável. Reconhecer os esforços e oferecer recompensas tangíveis e intangíveis é essencial para evitar a sobrecarga e promover um ambiente mais produtivo.

Falta de autonomia e controle sobre as tarefas

A ausência de autonomia no ambiente de trabalho também é um dos elementos que mais contribuem para a sobrecarga de trabalho. Quando os colaboradores não têm controle sobre suas atividades ou são constantemente microgerenciados, a sensação de frustração e a percepção de incapacidade aumentam, levando ao esgotamento mental.

Ausência de liberdade para tomar decisões

Em muitas empresas, a hierarquia rígida impede que os colaboradores tenham liberdade para tomar decisões. Sem essa autonomia, os funcionários precisam constantemente solicitar aprovação para qualquer ação, gerando atrasos e aumentando a carga de trabalho.

Ambientes que promovem autonomia, permitindo que os colaboradores contribuam e tomem decisões, tendem a reduzir a sobrecarga. Quando os funcionários sentem que possuem a confiança e o apoio da gestão, eles se tornam mais engajados e dispostos a enfrentar os desafios com menos estresse.

Microgerenciamento e falta de confiança

O microgerenciamento é outro fator crítico que contribui para a sobrecarga de trabalho. Gestores que controlam excessivamente cada detalhe do trabalho acabam criando um ambiente de desconfiança e pressão. Essa prática sufoca a criatividade e gera um ciclo de estresse e ansiedade.

Para evitar esses problemas, é fundamental que as empresas adotem políticas de confiança e incentivo ao desenvolvimento pessoal. Oferecer capacitações e programas de desenvolvimento permite que os colaboradores ganhem confiança e se sintam preparados para lidar com suas responsabilidades de forma autônoma.

Sobrecarga de responsabilidades sem capacitação

Outro ponto relevante é quando os funcionários recebem responsabilidades sem a capacitação adequada. Colaboradores colocados em funções que exigem habilidades que não possuem podem se sentir pressionados e inseguros, aumentando a carga emocional.

Investir em programas de treinamento é essencial para garantir que os colaboradores estejam preparados para lidar com as demandas do trabalho. Empresas que capacitam seus funcionários criam um ambiente mais produtivo e menos estressante, pois os colaboradores sentem que têm as ferramentas e o conhecimento necessários para realizar suas funções.

Cultura organizacional tóxica e excesso de competitividade

A cultura organizacional exerce um papel crucial na sobrecarga de trabalho. Empresas que promovem um ambiente competitivo, onde a pressão por resultados e a comparação entre colaboradores são constantes, tendem a gerar níveis elevados de estresse. Esse tipo de cultura prejudica a saúde mental e o bem-estar dos funcionários.

Competitividade e comparação entre colegas

Quando o ambiente de trabalho se torna um espaço de competição intensa, a tendência é que os colaboradores se sintam pressionados a se destacar. A comparação constante gera um ciclo de estresse e esgotamento, onde os funcionários se veem obrigados a trabalhar além de suas capacidades.

Ambientes que ignoram o equilíbrio entre vida pessoal e profissional

Uma cultura que ignora o equilíbrio entre vida pessoal e profissional também contribui para a sobrecarga de trabalho. Empresas que valorizam apenas resultados, sem respeitar os limites e horários, promovem uma rotina de longas jornadas e tarefas acumuladas.

Manter uma carga horária saudável é essencial para que os funcionários possam descansar. Empresas que adotam políticas de flexibilidade, como home office e horários alternativos, permitem que seus colaboradores ajustem suas rotinas conforme suas necessidades.

Falta de suporte e reconhecimento

Outra característica de uma cultura tóxica é a ausência de suporte e reconhecimento. Quando os colaboradores não se sentem apoiados, é comum que se sintam desmotivados. Ambientes onde o feedback é escasso ou negativo aumentam a sensação de incapacidade, impactando a produtividade.

Para reduzir esses impactos, é essencial que as empresas implementem programas de prevenção ao burnout e promovam uma cultura de apoio e valorização, onde os colaboradores se sintam seguros para expressar suas dificuldades e buscar ajuda.

Falta de recursos e infraestrutura inadequada

Outro fator que contribui para a sobrecarga de trabalho é a falta de recursos adequados e infraestrutura insuficiente para que os colaboradores realizem suas atividades de forma eficiente. Sem ferramentas e suporte, as tarefas acabam levando mais tempo do que deveriam.

Equipamentos e tecnologia desatualizados

Equipamentos e tecnologias desatualizados impactam diretamente a eficiência das operações. Quando os colaboradores lidam com sistemas lentos ou equipamentos que não funcionam corretamente, o tempo de trabalho se estende, aumentando a carga horária.

Investir em tecnologia é fundamental para garantir que os colaboradores desempenhem suas funções com eficiência. Empresas que se mantêm atualizadas proporcionam um ambiente mais produtivo e satisfatório.

Falta de pessoal e excesso de responsabilidades

A falta de pessoal contribui para a sobrecarga de trabalho. Quando não há colaboradores suficientes, as responsabilidades são divididas entre menos pessoas, que acabam sobrecarregadas. O resultado é um aumento no número de horas extras e prazos apertados.

Ausência de suporte psicológico e programas de bem-estar

Ambientes que não oferecem suporte psicológico ou programas de bem-estar também contribuem para a sobrecarga de trabalho. Quando os colaboradores não têm acesso a recursos que promovem a saúde mental, o risco de burnout aumenta.

A implementação de programas de bem-estar é essencial. Empresas que investem em saúde mental e disponibilizam acompanhamento psicológico conseguem criar um ambiente mais equilibrado e produtivo. Saiba mais sobre a síndrome de burnout.

Como lidar com a sobrecarga de trabalho

A sobrecarga de trabalho é um problema complexo, mas que pode ser gerenciado com as ações certas. Identificar os fatores que contribuem para o problema, como a falta de planejamento, a cultura tóxica e a falta de recursos, é o primeiro passo para buscar soluções eficazes. Empresas que adotam políticas de flexibilidade e reconhecimento criam ambientes mais saudáveis.

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