Saiba quais doenças físicas e mentais podem surgir devido à sobrecarga de trabalho e como preveni-las
O excesso de trabalho é uma realidade enfrentada por muitos profissionais ao redor do mundo. Com rotinas cada vez mais exigentes e a pressão constante por resultados, a saúde dos trabalhadores está sendo deixada de lado.
No entanto, a sobrecarga de trabalho vai além do impacto na produtividade. Ela pode desencadear uma série de doenças ocupacionais, tanto físicas quanto mentais, que comprometem o bem-estar dos colaboradores.
Saiba quais são as doenças ocupacionais e o que fazer para lidar com esse tipo de situação.
Doenças mentais associadas à sobrecarga de trabalho
A saúde mental é uma das áreas mais afetadas pela sobrecarga de trabalho. O estresse constante, a pressão por resultados e a falta de tempo para o descanso podem levar ao desenvolvimento de uma série de doenças ocupacionais, como: ansiedade, depressão e síndrome de burnout.
A ansiedade é uma das doenças mais comuns relacionadas ao ambiente de trabalho. Funcionários sobrecarregados tendem a sentir uma constante sensação de preocupação, medo e tensão, que, com o tempo, podem se transformar em transtornos de ansiedade mais graves.
A depressão, por sua vez, pode surgir em ambientes onde há alta cobrança e pouca valorização. A sensação de falta de propósito e a incapacidade de lidar com as demandas do dia a dia podem levar a uma queda no estado emocional.
A síndrome de burnout, também conhecida como esgotamento profissional, é uma das doenças ocupacionais mais discutidas atualmente. Ela é caracterizada pela exaustão emocional, perda de interesse e baixa realização pessoal no trabalho.
O burnout também afeta as relações pessoais e a saúde como um todo. A doença tem ganhado reconhecimento nos últimos anos, e a Organização Mundial da Saúde (OMS) já a classifica como uma condição relacionada ao trabalho, listado no CID.
Leia também: O que é CID, para que serve e como utilizar
Problemas físicos decorrentes do estresse crônico
Além das doenças mentais, a sobrecarga de trabalho também pode causar problemas físicos. O corpo humano não foi projetado para lidar com níveis elevados de estresse por longos períodos, e o estresse crônico pode causar problemas de saúde.
Entre as principais doenças ocupacionais físicas associadas à sobrecarga de trabalho, estão as doenças cardiovasculares, como hipertensão e infarto. O estresse prolongado leva ao aumento da pressão arterial e sobrecarga do sistema cardiovascular, o que eleva o risco de ataques cardíacos.
Outro ponto considerado é o sedentarismo, que muitas vezes associado ao excesso de horas de trabalho, agrava esses problemas.
A dor crônica também é um efeito comum do estresse e das longas jornadas. Muitas pessoas que trabalham em escritórios ou em atividades repetitivas sofrem com dores nas costas, no pescoço e nos ombros, resultantes de má postura e falta de ergonomia adequada.
Em casos mais graves, essas dores podem evoluir para lesões por esforço repetitivo (LER) ou doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho (DORT).
Outro impacto físico importante é o distúrbio do sono. A falta de descanso, causada pela carga excessiva de trabalho, afeta diretamente a qualidade do sono. A privação de sono, por sua vez, compromete o sistema imunológico, aumenta a irritabilidade e reduz a capacidade de concentração.
Como a sobrecarga de trabalho afeta a saúde a longo prazo
Os efeitos da sobrecarga de trabalho na saúde são cumulativos e, ao longo do tempo, podem resultar em condições de saúde crônicas. A constante exposição ao estresse, sem pausas adequadas para descanso e recuperação, aumenta o risco de desenvolver doenças graves.
Entre os efeitos a longo prazo, as doenças cardíacas estão entre as mais preocupantes. A sobrecarga de trabalho, associada ao sedentarismo e à má alimentação, eleva o risco de infartos e de outras complicações cardíacas. A hipertensão, muitas vezes desenvolvida em função do estresse, pode se tornar uma condição crônica, exigindo tratamento contínuo.
Outro problema sério é o desgaste psicológico. Profissionais que passam anos sob pressão excessiva sem buscar soluções acabam se tornando mais suscetíveis a quadros de depressão e ansiedade crônica.
Esses transtornos, quando não tratados, podem afetar a vida pessoal e profissional, levando a uma queda de desempenho no trabalho e a afastamentos.
A sobrecarga de trabalho também pode ter um impacto no sistema imunológico. Estudos mostram que pessoas que vivem sob estresse crônico têm maior propensão a doenças infecciosas, como gripes e resfriados, e até mesmo a condições autoimunes. O corpo, em constante estado de alerta, perde sua capacidade de se defender contra agentes externos.
Prevenção e cuidados: doenças relacionadas à sobrecarga de trabalho
Para combater as doenças ocupacionais causadas pela sobrecarga de trabalho, é importante adotar medidas preventivas. A gestão de tempo, o equilíbrio entre vida pessoal e profissional e a busca por apoio psicológico são algumas das estratégias mais eficazes.
Uma das principais formas de prevenção é a criação de um ambiente de trabalho saudável, onde as demandas sejam realistas e as pausas sejam respeitadas. A implementação de políticas de bem-estar corporativo, como programas de psicologia organizacional, palestras sobre saúde mental e incentivo à prática de atividades físicas, podem reduzir o risco de doenças ocupacionais.
Outro ponto importante é que os profissionais aprendam a reconhecer os sinais de esgotamento e busquem ajuda o quanto antes.
Ajustar a carga horária e trabalhar com expectativas sejam realistas é um processo importante para evitar a sobrecarga.
Já os profissionais sobrecarregados devem buscar delegar tarefas, quando possível, e impor limites saudáveis para evitar a exaustão. O equilíbrio entre trabalho e vida pessoal não é apenas uma questão de conforto, mas uma necessidade para garantir a longevidade e a saúde no ambiente de trabalho.