Qualidade de vida no trabalho

Saúde mental e risco ocupacional: Qual o papel das empresas neste Setembro Amarelo?

Renata Tavolaro - Head de Psicologia da orienteme e autora de autoridade em psicologia

Escrito por Renata Tavolaro

Head de Psicologia da orienteme | Psicóloga CRP 06/39083
Pós Graduada em Gestão de Pessoas e Terapia online/PUC, MBA em Gestão Estratégica/FGV com mais de 30 anos no atendimento psicoterapêutico presencial e online. Atuação com terapia cognitivo comportamental e programação neurolinguística.

Você sabia que o risco ocupacional também envolve aspectos emocionais que impactam a saúde mental dos colaboradores? Entenda

O risco ocupacional deixou de ser apenas uma questão física ou ergonômica e passou a incluir fatores psicossociais que afetam diretamente a saúde mental dos trabalhadores.

E no Setembro Amarelo, período dedicado à prevenção de suicídio e à promoção do bem-estar emocional, se torna mais que necessário refletir sobre o papel das empresas em criar ambientes seguros e acolhedores.

Por isso, vamos mostrar como a gestão adequada do ambiente de trabalho pode ser determinante para reduzir quadros, incidentes e fortalecer profissionais e equipes inteiras.

Como o risco ocupacional afeta a saúde mental no trabalho?

É sabido que os riscos psicossociais impactam a forma como as pessoas se relacionam com suas funções, seus colegas e gestores, podendo até gerar sofrimento mental, queda de desempenho e afastamentos.

Na verdade, esse último item tem se tornado comum no Brasil, e a exposição contínua a pressões desmedidas, falta de reconhecimento ou ausência de suporte organizacional amplia o desgaste emocional que, por sua vez, cria condições para transtornos como ansiedade e depressão.

Tudo isso que anda em evidência na atenção pública e que merece espaço para refletir sobre outros dois pontos críticos: a sobrecarga de demandas e a negligência frente a sintomas que poderiam ser prevenidos.

risco ocupacional

Sobrecarga, pressão por metas e ambiente tóxico

Quem não tem uma história ou não conhece uma sobre alguém que “explodiu” no ambiente de trabalho, pode se considerar uma exceção.

Tudo devido ao excesso de tarefas, metas inalcançáveis e a convivência em ambientes tóxicos que só aumentamVocê sabia que o risco ocupacional também envolve aspectos emocionais que impactam a saúde mental dos colaboradores? Entenda

 o estresse e prejudicam a qualidade de vida dos colaboradores. 

Fatores esses que alimentam o ciclo de insatisfação e desgaste psicológico, aumentando o risco de acidentes de trabalho e conflitos internos. Ambientes de alta pressão podem: 

  • Comprometer a cooperação
  • Gerar isolamento
  • Gerar competitividade exagerada 
  • Causar esgotamento coletivo

Burnout e boreout como sintomas ignorados

Sendo um dos nomes populares desse sintoma de esgotamento o burnout, caracterizado extremo da condição. Já reconhecido como doença ocupacional pela Organização Mundial da Saúde e possui um paralelo, o boreout, causado pela monotonia e falta de estímulos, problema que ainda é pouco discutido.

O que os dois têm em comum é a desatenção das empresas em oferecer um equilíbrio entre desafios e suporte. E um reconhecimento desses sintomas já é um passo essencial para reduzir afastamentos e fortalecer equipes mais engajadas.

Medidas práticas para o Setembro Amarelo nas empresas

Não basta reconhecer os problemas apenas em datas como o Setembro Amarelo ou quando o tema ganha espaço no debate público. É preciso agir antes, prevenindo as causas para evitar as consequências.

Roda de conversa

Uma ação simples, que ajuda bastante é promover rodas de conversa conduzidas por especialistas, assim como oferecer canais de escuta ativa capazes de identificar sinais.

Além disso, são ações que garantem que os colaboradores se sintam ouvidos e valorizados, reduzindo as barreiras invisíveis ao diálogo que tanto previnem crises potenciais. 

Incentivo ao autocuidado e apoio psicológico

Claro que, para que uma ação surta efeito, mais de uma delas deve existir.

Então, além de ouvir, que tal realizar campanhas internas que incentivam práticas de autocuidado, como pausas para descanso, atividades físicas e equilíbrio entre vida pessoal e profissional, coisas simples que têm efeito positivo sobre a saúde mental.

A oferta de acompanhamento psicológico e de convênios com clínicas especializadas dá solução prática, uma rede de apoio que demonstra o comprometimento real da empresa com seus funcionários.

A NR-1 como aliada no combate ao adoecimento mental

E a própria NR-1 vai de encontro com tais cuidados do risco ocupacional. A Norma Regulamentadora nº 1 incluiu a obrigatoriedade de avaliar riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR).

Isso significa que problemas relacionados à saúde mental agora fazem parte da gestão oficial de segurança e saúde no trabalho. 

O que amplia a visão para além dos aspectos físicos, pois a NR-1 orienta as empresas a incluir medidas preventivas voltadas ao bem-estar psicológico dos colaboradores.

Portanto, se sua empresa não se preocupa com saúde mental, ela não está agindo em conformidade com uma norma clara.

Como incluir a saúde mental nos treinamentos?

Com a NR-1, os treinamentos que ocorrem podem incorporar conteúdos sobre prevenção ao estresse, como identificar sinais de burnout e quais as estratégias de equilíbrio emocional.

Pode também capacitar gestores e equipes para lidar com questões de saúde mental e assim, reduzir estigmas e tornar os ambientes mais saudáveis.

E qual o papel do RH nesses casos?

O setor de Recursos Humanos é peça-chave para implementar e monitorar políticas de saúde mental. Mais do que cumprir a legislação, é preciso criar estratégias que integrem cuidado, transparência e acompanhamento próximo.

Algo que de início pode parecer difícil, mas que não tem segredo, até porque, hoje existem empresas especializadas no assunto justamente pelos altos índices negativos que trazem à tona a pauta da saúde mental.

Quais as políticas claras de apoio e monitoramento?

Nesse caso, o RH deve estabelecer políticas internas bem estruturadas que definem protocolos de acolhimento, encaminhamento para suporte psicológico e acompanhamento dos colaboradores em situações de risco.

Somente com o monitoramento constante e a comunicação aberta é que poderemos enquanto sociedade reduzir os tabus, fortalecer nossa cultura organizacional de prevenção e apoio, além de diminuir e evitar casos alarmantes.

Como pode ver, o risco ocupacional vai além de uma data ou período anual como o do Setembro Amarelo, é um convite de responsabilidade para que empresas se adequem à nova NR-1, priorizando medidas preventivas e políticas de acolhimento.

E se a sua organização deseja fortalecer práticas de gestão e saúde mental, conte com a gente para mais informações e implementação da NR-1.

risco ocupacional

Mais sobre Saúde Ocupacional

5 maneiras de usar IA para monitorar a saúde dos funcionários

Kit de primeiros socorros nas empresas é obrigatório?

Saúde mental e risco ocupacional: Qual o papel das empresas neste Setembro Amarelo?

E-BOOK GRATUITO

e-Book Segurança Psicológica: o guia completo para criar equipes inovadoras​