Qualidade de vida no trabalho

O que falar quando alguém diz que não tem vontade de viver?

Em algum momento da vida, é sujeito ouvirmos de algum amigo ou familiar o desejo de não continuar vivo, não ter vontade de viver.

Por vezes essa afirmação é feita de forma direta ou indireta, por exemplo:

  • “Você não me verá mais aqui”;
  • “Vou desistir de tudo”;
  • “Eu não estarei aqui no próximo ano”;
  • “Eu vou fazer o pior”;
  • “Esta é a minha última vez aqui”;
  • “Eu não aguento mais”, entre outras.

Estes tipos de afirmações são sinais de alerta. Elas podem significar que o indivíduo está verbalizando ideações suicidas.

A princípio, é necessário manter a calma e saber que ao longo da vida, em algum momento, muitas pessoas já pensaram em suicídio e em muitos casos, indivíduos com ideação suicida não chegaram sequer a tentar suicídio.

Contudo, a pessoa com ideação suicida precisa ser abordada de forma amigável, acolhedora e atenciosa; pois trata-se de um assunto muito íntimo e delicado.

Portanto a abordagem deve ser suave e responsável, caso contrário o indivíduo pode negar a recorrência dos pensamentos suicidas em ocasiões seguintes e abster-se de falar do assunto, caso tenha se sentido ridicularizado, condenado ou julgado, mesmo que implicitamente.

Algumas pessoas ficam sem saber o que dizer diante de uma revelação da falta do desejo de continuar a viver. Nesses casos, estar disponível para ouvir pode ser mais importante do que falar algo de imediato e incorrer em um erro que gere afastamento.

Sendo assim, colocar-se no lugar de escuta é essencial para que a pessoa possa abrir-se e desabafar.

Uma maneira de estimular que a pessoa fale é através de perguntas abertas, do tipo:

  • “Como você está se sentindo?”,
  • “Em que você está pensando?”,
  • “O que posso fazer por você?”, etc.

É preciso ter cuidado para não minimizar o sofrimento alheio considerando que as razões pelas quais ele sofre são bobagens ou coisas insignificantes, ao contrário, é necessário demonstrar respeito e compreensão diante da dor do outro.

O que a pessoa precisa nesse momento é de amparo, conforto e de um “ombro amigo” e não de críticas, julgamentos e sermões.

Colocar-se à disposição, transmitir confiança, demonstrar apoio e ser paciente são posturas mais sensatas para este delicado momento.

É válido lembrar que, segundo estudos, em cerca de 90% dos casos de suicídio são encontrados transtornos mentais associados; como a depressão, esquizofrenia e/ou transtornos relacionados ao uso de substâncias, como por exemplo o álcool.

Portanto é fundamental que o indivíduo nesse quadro de ideação suicida seja encaminhado para acompanhamento médico e psicológico
especializado.

Texto escrito por: Johnson Ferreira, psicólogo Orienteme

vontade de viver

Mais sobre Saúde Ocupacional

Dia do Psicólogo: torne sua empresa psicologicamente segura

Síndrome de Brownout no trabalho: o que é e como identificar os sinais

5 erros mais comuns no cumprimento da NR 1 e como evitá-los

E-BOOK GRATUITO

e-Book Segurança Psicológica: o guia completo para criar equipes inovadoras​