O assédio moral no trabalho compromete o bem-estar dos colaboradores e pode gerar impactos profundos na produtividade e na imagem da empresa
O assédio moral no trabalho é uma das formas mais silenciosas e devastadoras do chamado adoecimento ocupacional.
De acordo com a pesquisa Mapa do Assédio no Brasil 2024 da KPMG, 30% dos profissionais afirmam já ter sofrido algum tipo de assédio em seus ambientes corporativos, sendo o moral o mais recorrente.
Dados que evidenciam um desafio urgente para empresas que buscam ambientes mais saudáveis e produtivos.
E a nova NR1 deixa claro que a gestão de riscos psicossociais se tornou parte essencial das estratégias de saúde e segurança no trabalho, o que exige que organizações adotem medidas preventivas eficazes e um olhar atento à saúde mental de seus colaboradores.
Como identificar um ambiente tóxico na rotina corporativa?
Um ambiente de trabalho tóxico nem sempre é visível de imediato, porque muitas vezes, ele se constrói por meio de atitudes sutis e constantes que vão minando a confiança, o bem-estar e a motivação dos colaboradores.
Por isso, o primeiro passo para combater é perceber os sinais e a frequência com que comportamentos desrespeitosos ocorrem no dia a dia.
Além disso, como a cultura organizacional tem papel determinante, os ambientes que normalizam humilhações, pressões excessivas ou comunicação agressiva tendem a “alimentar” o ciclo do assédio moral no trabalho, dificultando a denúncia e comprometendo o engajamento das equipes.
De modo geral, casos como os listados abaixo, devem ser imediatamente identificados e corrigidos:
- Ignorar ou excluir o colaborador de reuniões, grupos de mensagens ou decisões que envolvem seu trabalho.
- Delegar tarefas irrelevantes ou muito abaixo da função apenas para desmoralizar.
- Permitir boatos ou comentários maldosos sobre a pessoa, ou seu desempenho.
- Controle excessivo de pausas, idas ao banheiro ou horários.
- Revisar o trabalho com rigor desproporcional, buscando erros mínimos para expor fragilidades.
- Isolar o funcionário no ambiente de trabalho, evitando contato social ou profissional.
- Negar oportunidades de crescimento, treinamentos ou reconhecimento de forma deliberada.
- Usar o silêncio ou indiferença como forma de punição e manipulação emocional.
- Repreender ou ironizar o colaborador em frente à equipe.
- Comparar negativamente o desempenho com colegas (“você é o pior do time”).
- Expor erros em murais, e-mails coletivos ou reuniões de maneira vexatória.
- Usar apelidos pejorativos ou comentários sobre aparência e comportamento.
- Gritar, bater na mesa ou gesticular agressivamente durante cobranças.
- Ameaçar demissão repetidas vezes como forma de pressão psicológica.
- Desqualificar ideias ou opiniões com sarcasmo e descrédito público.
- Cobrar metas inalcançáveis ou impor prazos irreais como forma de punição.
E por mais que apresentados assim, os exemplos fiquem explícitos, no dia a dia podem estar velados, imperceptíveis ou já normalizados, por isso o olhar deve ser atento, respeitoso e humanizado.

Quais os impactos do assédio moral?
Sobre o impacto de um ambiente hostil, ele vai muito além do clima organizacional. Pois compromete o desempenho, a produtividade e pode resultar em afastamentos por doenças mentais, como ansiedade, depressão e síndrome do pânico.
Sem contar que o custo para as empresas também é alto, aumentando a rotatividade, as licenças médicas e até as ações judiciais que demonstram que o combate ao assédio é também uma questão de sustentabilidade corporativa e de imagem institucional.
Adoecimento emocional, queda de autoestima e ansiedade
Falando especificamente das vítimas frequentes, elas costumam apresentar sintomas como:
- Insônia
- Irritabilidade
- Falta de concentração
- Insegurança profissional
Afastamentos, baixa performance e rotatividade alta
E para a empresa, já existem dados da Justiça do Trabalho que indicam mais de 419 mil ações envolvendo assédio moral e sexual foram julgadas entre 2020 e 2023.
Número que reflete não apenas o sofrimento dos trabalhadores, mas também o impacto negativo na produtividade e na reputação das empresas que podem agir preventivamente.
Qual o papel do RH na prevenção e combate ao assédio moral?
Dito tudo isso, o setor de Recursos Humanos é o principal agente de transformação cultural dentro das organizações.
É seu papel desenvolver políticas claras, canais de denúncia eficientes e treinamentos constantes voltados à ética, respeito e empatia no ambiente corporativo, para tanto, ações cabíveis:
- Promover campanhas internas de conscientização sobre o que é assédio e suas consequências.
- Adotar um código de conduta claro e acessível, com linguagem simples e exemplos práticos.
- Realizar treinamentos obrigatórios sobre comportamento ético, diversidade e comunicação não violenta.
- Incluir gestores e lideranças em programas específicos sobre liderança empática e feedback construtivo.
- Promover workshops e rodas de conversa sobre empatia, escuta ativa e respeito no ambiente corporativo.
- Disponibilizar múltiplos canais de denúncia (e-mail, formulário online, telefone, app interno).
- Estabelecer protocolos de apuração imparciais, com acompanhamento do RH e jurídico.
- Aplicar pesquisas de clima e engajamento com perguntas sobre respeito, liderança e bem-estar.
- Estabelecer consequências claras para quem pratica assédio moral como forma de políticas de tolerância zero com comportamentos abusivos.
A NR1 e a gestão de riscos psicossociais
Vale dizer que a nova NR1 ampliou o conceito de segurança no trabalho, incluindo fatores psicossociais como o assédio moral no trabalho entre os riscos que devem ser avaliados e prevenidos.
A atualização reconhece que a saúde do trabalhador vai além do físico, pois envolve também o equilíbrio emocional e o bem-estar mental.
Empresas que se alinham a essas diretrizes não apenas cumprem a legislação, mas demonstram compromisso com a qualidade de vida de seus colaboradores e reduzem os índices de afastamento por doenças ocupacionais.
Com isso, a NR1 incentiva práticas de avaliação contínua e políticas internas voltadas à prevenção, criando ambientes mais seguros, transparentes e saudáveis, com foco no respeito e na dignidade do trabalhador.
O combate ao assédio moral no trabalho é um compromisso essencial para empresas que desejam cumprir a nova NR1 e construir ambientes psicologicamente saudáveis.
Promover políticas de prevenção, canais de apoio e cultura de respeito é fundamental para reduzir afastamentos e fortalecer a reputação organizacional.
E é nesse sentido que a orienteme propõe soluções completas em gestão de riscos ocupacionais e psicossociais, se colocando à sua disposição para apresentar ferramentas capazes de transformar o ambiente de trabalho.
