Qualidade de vida no trabalho

Quais os sintomas do burnout?

Renata Tavolaro - Head de Psicologia da orienteme e autora de autoridade em psicologia

Escrito por Renata Tavolaro

Head de Psicologia da orienteme | Psicóloga CRP 06/39083
Pós Graduada em Gestão de Pessoas e Terapia online/PUC, MBA em Gestão Estratégica/FGV com mais de 30 anos no atendimento psicoterapêutico presencial e online. Atuação com terapia cognitivo comportamental e programação neurolinguística.

Entenda os sinais físicos, emocionais e comportamentais do burnout e a importância da detecção precoce para garantir a saúde mental dos funcionários

A saúde mental dos funcionários está no centro de discussões sobre produtividade e qualidade de vida no trabalho. Um dos maiores vilões desse cenário é o burnout, uma condição que afeta milhares de pessoas, levando ao esgotamento físico e emocional. 

Com a pressão por resultados, o ritmo acelerado e as metas inatingíveis, o burnout passou a ser um problema crítico que precisa ser reconhecido e tratado de forma rápida e eficiente.

Entender os sintomas do burnout é um processo importante para que gestores e profissionais de RH possam atuar preventivamente, garantindo que intervenções adequadas sejam implementadas a tempo. Esse reconhecimento precoce evita maiores danos à saúde do colaborador e também melhora a produtividade e o clima organizacional. 

O que é burnout e como ele afeta os funcionários

O burnout é uma síndrome reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), caracterizada pelo estresse crônico relacionado ao trabalho que não foi adequadamente gerenciado. 

Esse estado de esgotamento trata-se de um conjunto de sintomas físicos, emocionais e comportamentais que comprometem a capacidade do colaborador de realizar suas funções cotidianas.

Os profissionais afetados pelo burnout muitas vezes relatam sentimentos de sobrecarga, desmotivação e incapacidade de lidar com as demandas diárias. Isso afeta diretamente o desempenho no trabalho, o que pode levar à diminuição da produtividade, aumento do absenteísmo e até mesmo ao afastamento por longos períodos. 

O burnout não afeta apenas o indivíduo, mas também toda a equipe e o ambiente de trabalho, criando um ciclo de estresse e tensão que impacta negativamente a cultura organizacional.

Sintomas emocionais do burnout

Os sintomas emocionais do burnout são os primeiros a se manifestar, muitas vezes de forma silenciosa. Abaixo estão alguns sintomas do burnout ligados ao lado emocional.

Exaustão emocional

A exaustão emocional se caracteriza por um cansaço mental extremo, no qual o colaborador se sente incapaz de continuar suas atividades, mesmo as mais simples. Essa sensação vai além do cansaço físico e frequentemente gera um sentimento de vazio e sobrecarga.

Desmotivação e sentimentos de fracasso

A perda de interesse pelo trabalho, combinada com a desmotivação, é outro sintoma recorrente. Funcionários em burnout frequentemente acreditam que não estão sendo eficazes, o que reforça a percepção de incompetência e fracasso.

Irritabilidade e ansiedade

Pequenos problemas passam a ser vistos como grandes desafios, aumentando a irritabilidade. Esse quadro emocional pode vir acompanhado de uma ansiedade constante, que se agrava com o tempo.

Tristeza e isolamento social

Sintomas mais avançados podem incluir tristeza profunda e até mesmo indícios de depressão, levando o colaborador a se isolar de seus colegas e do ambiente de trabalho. A falta de interações sociais pode ser um indicativo importante para gestores.

Sintomas físicos associados ao burnout

Os sintomas físicos do burnout podem passar despercebidos e serem ignorados ou confundidos com outras condições. Para evitar que isso ocorra, é necessário estar atento e entender quais os principais sinais físicos que podem ser indicativos da síndrome.

Fadiga crônica

Funcionários com burnout relatam um cansaço persistente que não desaparece com o descanso. Mesmo após uma noite de sono, o colaborador pode acordar se sentindo exausto, sem energia para enfrentar o dia.

Dores de cabeça e musculares

As dores de cabeça são frequentes, assim como dores musculares, especialmente nas regiões dos ombros e pescoço. Esse quadro é agravado pelo estresse constante e pela postura inadequada durante longas jornadas de trabalho.

Problemas gastrointestinais

O estresse intenso também pode afetar o sistema digestivo, gerando problemas como gastrite, refluxo e outras disfunções gastrointestinais que não têm causas aparentes, mas que estão relacionadas ao esgotamento.

Insônia e baixa imunidade

A dificuldade para dormir, combinada com a queda na imunidade, também são sinais alarmantes. Funcionários frequentemente adoecem e precisam se ausentar, muitas vezes sem uma causa física clara.

Comportamentos e atitudes indicativos de burnout

Além dos sintomas emocionais e físicos, o burnout também se manifesta em mudanças de comportamento que podem ser observadas no ambiente de trabalho. Estes comportamentos são sinais importantes para gestores e RH.

Afastamento social

Um comportamento típico do burnout é o isolamento. Funcionários que antes eram engajados e participativos começam a evitar interações com colegas, preferindo se isolar no local de trabalho ou fora dele.

Cinismo e negatividade

O aumento do cinismo é outro sintoma comum. O colaborador passa a adotar uma visão extremamente negativa do trabalho, criticando processos e colegas, o que prejudica a dinâmica da equipe.

Procrastinação e queda de eficiência

A falta de motivação leva à procrastinação, com tarefas simples sendo adiadas ou realizadas de forma insuficiente. A eficiência cai drasticamente, e a produtividade do colaborador despenca, gerando uma série de erros que antes não aconteciam.

Dificuldade em tomar decisões

A confusão mental e a dificuldade de concentração fazem com que decisões simples se tornem complicadas. Esse sintoma pode se manifestar em um aumento significativo de erros, falta de atenção aos detalhes e uma hesitação constante.

Importância da detecção precoce e intervenção no burnout

Reconhecer os sinais de burnout precocemente é essencial para evitar que essa condição se agrave e tenha consequências mais sérias. A intervenção rápida pode envolver desde mudanças no ambiente de trabalho até a oferta de suporte psicológico aos funcionários. 

Para gestores e profissionais de Recursos Humanos, o monitoramento constante do clima organizacional e a implementação de políticas de saúde mental são fundamentais.

Iniciativas como programas de bem-estar, flexibilidade de horários e incentivo ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional são estratégias eficazes para reduzir os níveis de estresse e prevenir o burnout. 

Além disso, é importante que haja uma cultura de diálogo aberto, onde os colaboradores sintam-se à vontade para expressar suas preocupações e dificuldades sem medo de retaliações.

O treinamento dos gestores para identificar os sinais de burnout e agir de forma empática e proativa também é uma peça-chave no combate a essa síndrome. Quando há uma resposta rápida e adequada, os funcionários têm mais chances de se recuperar e voltar a desempenhar suas funções de maneira produtiva e saudável.

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