Você sabe determinar qual o nível de estresse na sua empresa, ou até o seu próprio? É exatamente por isso que a triagem emocional está ganhando o mundo da psicologia organizacional como uma ferramenta tão promissora.
Isso porque, pode até parecer estranho à primeira vista, mas existem níveis positivos de estresse, em casos específicos. Entretanto, seu excesso pode ser a porta de entrada para diversas doenças, transtornos e para o enfraquecimento da performance na empresa.
Como tem o objetivo de identificar e prevenir esses problemas, reunimos o que você precisa saber sobre triagem emocional neste artigo. Vamos explicar:
- O que é triagem emocional;
- Qual a relação entre estresse e performance no trabalho;
- Quais os fatores de risco para o desenvolvimento do estresse no trabalho;
- Se triagem psicológica e triagem emocional são a mesma coisa;
- Passo a passo para realizar a triagem emocional;
Boa leitura!
O que é triagem emocional?
A triagem emocional é um processo com o objetivo de identificar as emoções da equipe, seus níveis de estresse no trabalho e a situação emocional geral da empresa.
É um processo que envolve bastante observação, mas algumas ferramentas podem ajudar, como mostraremos mais abaixo.
Apesar de não compor um diagnóstico exato, esse procedimento pode ser chave para líderes e profissionais de RH identificarem indicadores importantes em seus colaboradores.
A triagem emocional faz uso de algumas ferramentas, como a escala de APGAR, criada para avaliar bebês recém-nascidos. A partir de técnicas práticas, o objetivo é ajudar a equipe a ter mais autoconhecimento e inteligência emocional. Ao mesmo tempo, líderes, colegas e departamento de Recursos Humanos conseguem identificar o estado da saúde mental do time com maior facilidade.
Qual a relação entre estresse e performance no trabalho?
Níveis baixos de estresse podem beneficiar algumas pessoas, como é o caso daqueles que tendem a procrastinar. Entretanto, em excesso ou com uma frequência muito alta, pode ser a causa de diversas doenças ocupacionais. E isso é mais comum do que se imagina.
Segundo pesquisa da Isma-BR (representante da International Stress Management Association), 72% dos brasileiros que estão no mercado de trabalho sofrem alguma sequela ocasionada pelo estresse. Desse total, 32% sofrem com Síndrome de Burnout.
Assim, uma pesquisa da Capita descobriu que algumas das sequelas mais comuns, além das causadas por doenças e acidentes, são:
- 44% afirmaram estar mais irritados no trabalho;
- 25% aumentaram o consumo de álcool;
- 28% confessaram descontar em familiares;
- 15% aumentaram o consumo de cigarros.
Além disso, 92% das pessoas com a síndrome continuam trabalhando, seja por falta de conscientização, por necessidade ou até mesmo pela falta de cuidado de algumas companhias. Isso gera danos à saúde geral da empresa e prejudica indicadores, como o da sinistralidade.
Alguns outros dados que expressam ainda mais a seriedade disso são:
- 45% dos entrevistados consideraram deixar um emprego devido ao estresse que ele gera;
- 53% tiveram colegas que foram forçados a desistir do trabalho devido ao estresse;
- 49% não acham que seu líder imediato saberia o que fazer se eles conversassem com ele sobre um problema de saúde mental.
Portanto, a triagem emocional é uma ferramenta que permite identificar e prevenir esses problemas, agindo para o bem-estar no trabalho.
Teoria dos Dois Fatores
Existem, ainda, outros conhecimentos complementares que ajudam a elevar a gestão ocupacional no dia a dia, como a Teoria dos Dois Fatores.
Também chamada de Teoria de Herzberg, ela defende que duas condições, relacionadas às circunstâncias do trabalho e às questões interpessoais, são responsáveis por definir o nível de satisfação e motivação do funcionário com a companhia.
Esse conceito surgiu a partir de um estudo feito nos anos 50 com colaboradores de indústrias em Pittsburgh, na Pensilvânia. O estudioso Frederick Herzberg propôs esse estudo para entender como as pessoas se relacionam com o ambiente de trabalho.
Em seus ensinamentos, ele dá lições valiosas às empresas sobre como manter seus colaboradores satisfeitos. Acontece que essa ideia também se relaciona com a triagem emocional, já que requer uma boa gestão ocupacional e atenção aos sinais de desengajamento e adoecimento entre a população da organização.
Portanto, de acordo com essa teoria, os negócios devem ter atenção a dois pontos:
- Fatores higiênicos: que são externos ao colaborador e de responsabilidade da empresa, como salário, cultura da empresa, os benefícios oferecidos, oportunidades de crescimento e desenvolvimento, clima organizacional, espaço físico da empresa, relacionamentos interpessoais no trabalho, etc;
- Fatores motivacionais: relacionados ao trabalho diário do profissional. Alguns exemplos são autonomia no trabalho, definição de objetivos, função desempenhada, reconhecimento, crescimento profissional, entre outros.
Leia também: Atestados com CID diferentes podem ser somados? Como funciona? [GUIA]
Quais os fatores de risco para o desenvolvimento do estresse no trabalho?
Um estudo da consultoria americana Towers Watson, com mais de 22 mil colaboradores em firmas de 12 países chegou à conclusão de que, em média, mais de 30% dos funcionários consideraram que seus ambientes de trabalho possuíam altíssimos níveis de estresse.
Esses riscos podem acontecer ou serem amplificados por alguns maus hábitos das empresas, que comprometem a saúde mental no trabalho, como:
- Falhas na comunicação no trabalho;
- Metas irreais;
- Muitas mudanças de estratégias;
- Lideranças ruins;
- Sobrecarga de tarefas;
- Condições ruins de trabalho;
- Falta de qualidade de vida no trabalho;
- Pouca colaboração entre equipes;
- Competitividade excessiva.
Assim, todos esses pontos contribuem para o enfraquecimento do engajamento e da saúde em geral da empresa. Esses efeitos podem ser sentidos na forma do aumento de casos de ansiedade e até depressão no trabalho, além do estresse.
Por isso a triagem emocional se mostra tão favorável, já que ajuda as organizações a terem parâmetros e prevenirem esses casos.
Triagem psicológica e triagem emocional são iguais?
Não, esses conceitos são diferentes. A triagem emocional é uma ferramenta desenvolvida para ajudar a melhorar o autoconhecimento e o reconhecimento das emoções, com base em outras técnicas já conhecidas pela medicina.
Já a triagem psicológica é um processo pelo qual a pessoa pode passar antes de iniciar um acompanhamento psicológico.
Nesse momento, costumam ser feitas algumas perguntas para determinar como está a saúde emocional do indivíduo, qual sua história e quais ações e abordagens podem ser mais efetivas para seu tratamento.
Passo a passo para realizar a triagem emocional
Agora que você já entendeu o que está por trás do conceito de triagem emocional, mostraremos como aplicá-lo de forma prática no dia a dia. Confira!
1 – Primeira checagem
Esse passo exige um verdadeiro acompanhamento entre a equipe e a abertura para uma boa comunicação.
Assim, essa etapa consiste em criar um sistema de checagem constante da saúde do colaborador. Ou seja, é preciso sensibilizar a equipe em relação ao tema e à sua importância.
A partir disso, podem ser feitas ações constantes, como feedbacks para perguntar como a pessoa está se sentindo. A observação também é chave aqui.
2 – Adaptação da escala de APGAR
De acordo com a metodologia que guia a triagem emocional, o estresse pode ser reconhecido a partir de cinco pilares: físico, mental, espiritual, emocional e social.
Para ajudar nessa tarefa, pode ser usada a ferramenta APGAR, que envolve uma análise mais direta e factual da situação da pessoa. A partir dela, o que deve ser observado é:
- Aparência (físico): o colaborador teve ganho ou perda de peso, dores, distúrbios no sono ou começou a usar medicamentos?
- Performance (mental): nas últimas avaliações de desempenho, quais foram os resultados dessa pessoa?
- Crescimento (espiritual): o colaborador tem uma mentalidade de crescimento e um propósito no dia a dia?
- Controle de emoções (emocional): a pessoa apresenta mudanças de humor, como picos de estresse e de raiva?
- Relacionamentos (social): como são as interações, tanto em quantidade quanto em qualidade?
Considerando o passo anterior, o objetivo é ter uma visão mais ampla sobre a saúde corporativa e quais pontos são os mais importantes ao pensar em como melhorar o clima organizacional.
3 – Ação
Com base no que foi identificado, cabe à pessoa responsável pela triagem emocional criar um plano de ação para reparar os pontos que podem estar afetando a saúde mental no trabalho.
O ideal é que as atividades propostas realmente estejam de acordo com as necessidades identificadas e que abordem alguns pilares que formam a segurança psicológica no trabalho.
Algumas ações nesse sentido são:
- Conscientização: o primeiro passo para promover qualquer aspecto relacionado aos problemas identificados na triagem emocional é fazer a equipe entender que o assunto da saúde mental no trabalho não é um tabu na empresa. Por isso, promover dinâmicas de grupo ou rodas de conversa sobre o assunto pode ser um bom primeiro passo;
- Abertura ao diálogo: assim como no primeiro passo, a construção de um ambiente aberto a feedbacks positivos, construtivos e negativos é essencial. Isso deve estar presente entre todas as equipes e processos da organização;
- Desenvolvimento de líderes: a qualidade de vida nas empresas também depende muito das pessoas que estão envolvidas nessa experiência. Para criar um ambiente aberto e inovador, o principal motor dessa mudança deve ser a liderança. Uma ideia é implantar programas de treinamento coletivos e individuais entre esses profissionais;
- Acesso a benefícios de bem-estar: ao identificar um colaborador que pode estar apresentando algum tipo de sofrimento, o ideal é que ele tenha oportunidades de tratar esses problemas, e a psicoterapia, além de outros benefícios, é uma ótima opção para evoluir o time e prevenir quaisquer transtornos.
Para ajudar as organizações nesse sentido, uma das diversas soluções que a OrienteMe oferece é o mapeamento da situação emocional e nutricional da empresa.
Através de questionários cientificamente validados, medidos os níveis de estresse, ansiedade e depressão das organizações, bem como outros indicadores nutricionais, e disponibilizamos os dados em um Painel Corporativo.
Dessa forma, o RH consegue entender de fato como está a situação da empresa. Através de atendimento individualizado, lives e outras ações personalizadas, também caminhamos lado a lado com as empresas para resolver esses desafios e proporcionar maior bem-estar à população interna.
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Como a OrienteMe pode ajudar a lidar com casos de estresse na empresa?
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Ao contratar a plataforma para a sua empresa, os trabalhadores ganham acesso a profissionais de psicologia e nutrição certificados e experientes. Ainda, o time da OrienteMe, além de acompanhar o bem-estar dos colaboradores, caminha junto à sua empresa para promover ações constantes que potencializam ainda mais a saúde dos funcionários.
Além disso, a equipe de RH tem acesso ao Portal Corporativo, um painel que permite acompanhar a evolução de diversos indicadores importantes para o RH, como índices de estresse, principais temas tratados e muito mais!
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