Qualidade de vida no trabalho

Doenças ocupacionais psicossociais: conheça as principais e como preveni-las

Daniela Haidar Chohfi -

Apesar de parecer um termo complicado, as doenças ocupacionais psicossociais são mais comuns no dia a dia das empresas do que se imagina

Isso porque, elas são enfermidades que podem ser adquiridas no ambiente de trabalho, como a Síndrome de Burnout.

Então, para evitá-las, são necessários esforços de prevenção e valorização da saúde integral no trabalho, uma tarefa geralmente promovida pelos profissionais que trabalham com a psicologia organizacional.

Porém, para que seu trabalho seja efetivo, é preciso promover a consciência, entender e até mesmo descobrir esse problema internamente, além de focar em ações que realmente tragam resultados.

Pensando nisso, desenvolvemos esse artigo que abordará as principais dúvidas sobre as doenças ocupacionais psicossociais. Também explicaremos:

  • O que são as doenças ocupacionais psicossociais;
  • Quais as principais;
  • Seus sintomas;
  • Como essas enfermidades podem afetar a vida dos colaboradores;
  • Quais as causas, como evitar e mais.

Boa leitura!

O que são doenças ocupacionais psicossociais?

As doenças ocupacionais psicossociais são enfermidades físicas ou psicológicas que os colaboradores podem desenvolver por conta de ambientes e condições de trabalho ruins

Por dedicarem, muitas vezes, a maior parte de seu dia ao emprego, é certo que os funcionários serão afetados se a empresa não representar um ambiente de trabalho saudável.

Assim, quando essas doenças acontecem, geralmente a pessoa já vivenciou uma série de sintomas associados a elas. Portanto, os efeitos da doença podem, além de afetar sua capacidade no trabalho, tornar o indivíduo inapto à sua função.

Além disso, apesar de se manifestarem, em sua maioria, no âmbito da saúde emocional, não deixam de afetar o físico da pessoa. 

Também é importante ressaltar que dificilmente as doenças ocupacionais psicossociais acontecem por conta de eventos isolados, salvo os casos de Transtorno de Estresse Pós-Traumático. Elas são resultados de hábitos ruins que, ao serem normalizados no dia a dia, duram por um grande período de tempo.

Quais são as principais doenças ocupacionais psicossociais?

Como falamos, as doenças são o “estágio final” do acúmulo de experiências e sentimentos negativos na empresa. Para você entender melhor, a seguir separamos as principais doenças ocupacionais psicossociais e seus sintomas, que são:

  • Síndrome de Burnout;
  • Depressão;
  • Ansiedade generalizada;
  • Síndrome do pânico;
  • Estresse pós-traumático.

Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout, ou Síndrome do Esgotamento Profissional, acontece quando a pessoa passa a priorizar o trabalho em detrimento da própria saúde física e mental.

Com o tempo, essa obsessão afeta totalmente a qualidade de vida da pessoa que, como o próprio nome sugere, entra em estado de “burnout”, ou seja, combustão. Quando isso acontece, ela fica inapta a trabalhar, o que requer um afastamento do trabalho. 

Essa doença ocupacional psicossocial é tão grave e comum que, a partir de 1° de janeiro de 2022, foi reconhecida como uma doença do trabalho pela OMS. 

Ainda, de acordo com uma pesquisa feita pela International Stress Management Association (Isma-BR), 1 em cada 3 brasileiros sofre com a Síndrome de Burnout. No total, esse número significa 30 milhões de pessoas no Brasil.

Assim, alguns sintomas da Síndrome de Burnout são:

  • Cansaço físico e mental que persiste;
  • Dificuldade em se desligar do trabalho;
  • Insônia e alterações no apetite;
  • Sentimento de desesperança e negatividade;
  • Irritabilidade;
  • Dificuldade de concentração;
  • Lapsos de memória;
  • Baixa autoestima no trabalho.

Normalmente, pessoas com tendência a esse esgotamento podem ser vistas como workaholics (viciadas em trabalho), porém, sempre é preciso analisar esses casos a fundo, pois podem indicar um início de Burnout. 

Depressão

A depressão no trabalho é característica de ambientes com pressão constante, assédio moral e falta de segurança psicológica.

Assim, essa doença ocupacional psicossocial é responsável por fazer a pessoa perder a autoestima no trabalho, a motivação e passar por períodos de uma tristeza e desânimo profundos, que afetam sua qualidade de vida e a incapacita de fazer coisas simples.

De acordo com dados da Previdência Social, em 2021 mais de 75 mil brasileiros foram afastados do trabalho por conta de quadros de depressão

Esse número só revela a gravidade do assunto, já que muitos casos chegam a não receber um diagnóstico, comprometendo o bem-estar do colaborador a longo prazo.

Assim, alguns sintomas da depressão no trabalho são:

  • Cansaço constante;
  • Perda de interesse por atividades que costumava fazer;
  • Falta de motivação e confiança no trabalho;
  • Crises de choro e/ou explosões de raiva;
  • Pouca flexibilidade cognitiva e dificuldade em tomar decisões;
  • Falta de entusiasmo.

É importante ressaltar que a depressão tem sinais diferentes de uma tristeza comum. Episódios depressivos duram longos períodos de tempo e, como comentamos, incapacitam o dia a dia da pessoa.

Ansiedade generalizada

Segundo a OMS, o Brasil é o país com mais casos de ansiedade no mundo. Portanto, esse cenário não seria diferente em relação à ansiedade no trabalho, que é um mal muito comum.

Assim, a ansiedade é uma das doenças ocupacionais psicossociais que causa uma intensa sensação de desconforto, medo e preocupação sem motivos aparentes. No ambiente de trabalho, ela pode acompanhar crises de choro ou desespero em relação às atividades desempenhadas pelo profissional.

No dia a dia, alguns sintomas da ansiedade no trabalho são: 

  • Batimentos cardíacos acelerados sem motivo;
  • Grande volume de pensamentos negativos ou tendência ao pessimismo;
  • Insônia;
  • Tensão muscular;
  • Dificuldade em iniciar novas tarefas;
  • Medo de eventos sociais.

Assim como com as outras doenças ocupacionais psicossociais, esses sintomas podem interferir no dia a dia da pessoa, além de suas entregas no trabalho. O resultado disso pode ser sentido principalmente na inteligência emocional do colaborador no dia a dia.

Síndrome do pânico

A síndrome do pânico é uma condição marcada por intensas crises de ansiedade e desespero. Além dos pensamentos negativos e intrusivos, ela também acompanha um intenso mal estar físico.

A principal característica dessa síndrome são os ataques de pânico, que acontecem de forma repentina e podem durar vários minutos. 

Os sintomas de um ataque de pânico são:

  • Sensação de morte ou medo intenso de morrer;
  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Sudorese;
  • Palpitação;
  • Tremores;
  • Tontura e náuseas.

Em geral, a síndrome do pânico associada ao trabalho pode acontecer em ambientes com uma alta carga de estresse. Nesses casos, a saúde mental da pessoa tende a estar em um nível de fragilização bem avançado.

Transtorno de Estresse Pós-Traumático

O Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT) é uma condição que se manifesta como reação a um trauma sofrido. Isso pode acontecer por conta de situações que aconteceram diretamente com a pessoa com terceiros, mas que ela presenciou.

Esse transtorno faz com que o indivíduo constantemente reviva a situação traumática e, assim, tenha crises agudas de ansiedade. 

Assim, o TEPT é bastante comum entre profissionais que lidam com situações de risco no dia a dia, que presenciaram ou sofreram acidentes de trabalho.

Alguns sintomas do Transtorno de Estresse Pós-Traumático são:

  • Lembrança persistente do evento traumático;
  • Isolamento social;
  • Distúrbios do sono;
  • Dificuldade de concentração;
  • Ansiedade frequente.

Portanto, o TEPT também pode ser uma das doenças ocupacionais psicossociais que causa incapacitação e, se não tratada, pode evoluir para casos mais graves com o tempo.

Como as doenças ocupacionais psicossociais podem afetar a qualidade de vida e segurança dos trabalhadores? 

Uma pessoa que está sofrendo com alguma das doenças ocupacionais psicossociais se encontra em sofrimento. Dessa forma, esses transtornos transformam sua rotina pessoal e profissional.

Se não tratadas, essas enfermidades podem exigir tratamentos complexos ou até mesmo evoluir para casos mais graves.

Além disso, alguém com esses problemas, por desatenção ou outro sintoma, está mais propenso a acidentes. Isso porque, os riscos ambientais do trabalho se tornam um perigo ainda maior para um colaborador que sofre com alguma das doenças ocupacionais psicossociais.

Aliado a isso, a própria pessoa pode começar a desenvolver outros hábitos ruins por conta da frustração de estar passando pela doença. Ela é a primeira a perceber as mudanças no seu dia a dia. 

Para compensar, ela pode desencadear práticas de produtividade tóxica, por exemplo, o que só agrava ainda mais o quadro da doença ocupacional psicossocial.

Para entender mais sobre como a exaustão toma a vida de uma pessoa, confira o Ted de Marcelo Correia, onde ele explica mais sobre o assunto, como saiu do Burnout e alcançou o bem-estar ao melhorar seus hábitos.

Quais as causas das doenças ocupacionais psicossociais?

As causas das doenças ocupacionais psicossociais estão diretamente relacionadas com o ambiente de trabalho e sua cultura organizacional.

Por isso, alguns fatores que podem contribuir para o aparecimento dessas doenças do trabalho são:

Quais podem ser as consequências para a empresa?

Uma empresa composta por pessoas doentes dificilmente será eficiente e terá bons resultados. Além disso, outros problemas que podem acontecer são:

  • Problemas de imagem;
  • Inabilidade de reter talentos;
  • Maior chance de afastamentos do trabalho;
  • Conflitos internos;
  • Queda de resultados.

Além disso, é importante ressaltar que os gastos com casos de doenças ocupacionais psicossociais são vários, já que em diversos casos o empregador é responsável por pagar tratamento de doença laboral. 

Como evitar as doenças ocupacionais psicossociais?

Como outros transtornos associados à saúde mental no trabalho, as doenças ocupacionais psicossociais não surgem repentinamente. Elas são resultado de práticas ruins que acontecem por muito tempo na empresa. 

Por esse motivo, é preciso que as mudanças aconteçam de forma integral na empresa.

Para te ajudar nesse propósito, separamos algumas dicas.

1 – Definição de indicadores de saúde emocional

Os indicadores de RH, principalmente aqueles ligados à saúde emocional, são de grande ajuda no momento de prevenir e identificar problemas relacionados às doenças ocupacionais psicossociais.

Isso porque, um olhar atento a essas métricas, tanto as individuais quanto as coletivas, pode indicar a presença de alguma enfermidade relacionada ao trabalho.

Para realizar esse trabalho, primeiro é preciso definir quais indicadores devem ser analisados. Devem ser escolhidos os que mais fazem sentido para o dia a dia da empresa. Algumas ideias são:

Em seguida, é preciso determinar a frequência e o período em que esses indicadores serão avaliados. A partir dessa análise, é possível notar mudanças mais precisas no comportamento dos colaboradores e oferecer ajuda.

2 – Promova mudanças na cultura interna

Só é possível afastar permanentemente as doenças ocupacionais psicossociais em ao promover o bem-estar no trabalho. Por isso, é preciso, em alguns casos, ajustar alguns pontos na cultura das empresas.

Até porque, reforçamos, colaboradores doentes não trabalham felizes e não conseguem dar o melhor de si. Ao contribuir com uma vida saudável, é possível fortalecer a empresa em diversos sentidos e prevenir aquelas consequências que comentamos anteriormente.

Por exemplo, rever as condições de trabalho, implantar a flexibilização na rotina e priorizar a saúde dos funcionários.

Assim, a mudança deve começar a partir das lideranças e, com conscientização, chegar a todos os níveis hierárquicos, que podem implantar rotinas de trabalho melhores.

Isso porque, o segredo de equipes inovadoras e de alta performance é justamente a segurança psicológica e a satisfação no trabalho.

3 – Acesso a benefícios de saúde integral

Sem equilíbrio e hábitos saudáveis, é certo que os colaboradores estarão mais suscetíveis às doenças ocupacionais psicossociais. Por isso, o cuidado com eles deve ir além da prevenção e permitir que tenham uma melhor qualidade de vida.

Afinal, uma equipe que não está bem, não consegue se dedicar da melhor forma ao trabalho.

Por isso, uma boa ideia é rever os benefícios oferecidos pela empresa e analisar se fazem sentido de acordo com as necessidades dos colaboradores. Isso porque, a melhor maneira de oferecer equilíbrio, prevenir e tratar doenças do trabalho é oferecendo uma base estável de saúde.

Sem isso, pode ser que ele apresente uma melhora por um tempo, mas sem a conscientização e a mudança de hábitos efetiva, pode retornar ao cenário que provocou a enfermidade.

Por isso, uma ótima opção é rever os benefícios oferecidos pela empresa e escolher aqueles que realmente oferecem apoio concreto ao time neste sentido.

É possível encontrar opções de benefícios que trabalham o bem-estar geral e contínuo dos colaboradores. Dentre essas possibilidades, estão aquelas que oferecem suporte e acompanhamento psicológico e nutricional, como a OrienteMe.

Somos uma plataforma que visa levar mais saúde aos colaboradores das empresas a partir de acompanhamento psicológico e nutricional.

Para isso, promovemos um mapeamento completo relacionado à saúde mental, aos níveis emocionais dos colaboradores e aos principais temas que eles têm interesse em tratar.

A partir dos resultados obtidos, ajudamos as empresas a estruturarem planos de ação que contam com atendimento profissional individualizado, ações internas, treinamentos para equipes e líderes e outras atividades que engajam e evoluem a organização.

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A saúde e o bom desempenho no trabalho são compostos por diversos fatores, mas principalmente pelo equilíbrio emocional, nutricional e físico. Por isso, para que a sua empresa seja mais forte, ela precisa de times mais fortes e colaboradores mais fortes. 

Afinal, uma equipe desequilibrada ou doente não consegue dar o seu melhor, o que afeta diretamente os resultados de toda a empresa e os principais indicadores de RH.

A orienteme é a opção ideal para te ajudar nesta tarefa. Somos uma plataforma de gestão de saúde corporativa, que conecta colaboradores a uma vida mais saudável por meio de psicoterapia, orientação nutricional e orientação física, porque a saúde é composta por um olhar holístico.

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A equipe de RH tem o Portal Corporativo, um painel que permite acompanhar a evolução de diversos indicadores que ajudam a diminuir os níveis de absenteísmo, sinistralidade e aumentar a produtividade, e muito mais!

A partir disso, você conta com a orienteme para conectar seus colaboradores com os melhores profissionais em cada caso a ser tratado, além de uma equipe pronta para te ajudar a entender a situação de saúde da sua empresa e promover ações assertivas.

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