Com cargas horárias excessivas, acúmulo de funções, conflitos no trabalho e outros problemas, o Brasil ocupa o segundo lugar no ranking de países com maior casos de estresse de trabalho, de acordo com a Isma (International Stress Management Association).
Assim, se você está aqui, deve saber que essa é uma grande preocupação principalmente para quem atua com psicologia organizacional, já que altos níveis de estresse são as principais portas de entrada para diversas doenças ocupacionais, como a Síndrome de Burnout.
Então, como reconhecer um problema tão normalizado pelas organizações? Há como prevenir? Existe tratamento?
Esses são alguns dos assuntos que iremos explicar neste artigo. Você também saberá:
- Quais os sintomas do estresse no trabalho;
- Quais as causas e como identificar essa condição;
- Quais as consequências do estresse no trabalho;
- Como evitar esse problema na empresa;
- Se existe tratamento.
Boa leitura!
Quais os sintomas do estresse no trabalho?
O estresse pode ser classificado como uma resposta do organismo a determinada situação considerada “ameaçadora”. Isso porque, para estar preparado para o que está por vir, o corpo ativa a produção de diversos hormônios, como a adrenalina.
Eles são responsáveis por deixar o indivíduo em “estado de alerta” e mais tenso. Porém, no caso do estresse no trabalho, que também pode ser chamado de estresse ocupacional, o profissional acaba tendo essa reação a circunstâncias muito frequentes no dia a dia.
Com o tempo, o corpo e a mente vão entrando em esgotamento.
Por isso, a curto e longo prazo, a pessoa estressada pode apresentar alguns sintomas físicos e psicológicos, como:
- Dores musculares;
- Cansaço extremo;
- Quedas na imunidade e na disposição;
- Irritabilidade;
- Ansiedade;
- Angústia;
- Alterações gastrointestinais;
- Dificuldade em manter a concentração;
- Alterações no sono e no apetite;
- Pouca flexibilidade cognitiva (dificuldade em encontrar soluções);
- E mais.
Esses são apenas alguns dos sintomas que podem indicar um alto nível de estresse. Além disso, é importante destacar que esses pontos também podem estar associados a outros transtornos emocionais que têm origem no estresse, como a Síndrome de Burnout.
Ainda, outras doenças relacionadas ao bem-estar físico podem surgir de casos de estresse elevado, comprometendo a saúde do colaborador de mais uma maneira. Por isso, a prevenção e o cuidado com o ambiente de trabalho são essenciais.
Quais as causas do estresse no trabalho?
Como é de se imaginar, o estresse no trabalho costuma estar diretamente relacionado ao ambiente profissional e às tarefas realizadas pelos profissionais.
Apesar de algumas ocupações estarem mais sujeitas a esse problema, como aquelas da área da saúde, os principais motivadores de estresse ainda são as organizações e suas práticas.
Isso porque, como já abordamos, o estresse não é algo súbito, mas uma combinação de fatores ruins que acabam se manifestando em sintomas físicos e psicológicos. Muitas vezes, inclusive, ele pode acabar acontecendo porque o colaborador sente que deve acompanhar um certo “ritmo” imposto a ele.
Para entender melhor as responsabilidades da empresa nesse cenário, separamos alguns fatores que podem causar estresse no trabalho:
- Falta de segurança psicológica;
- Sobrecarga de trabalho;
- Lideranças tóxicas.
- Cobranças excessivas;
- Baixa valorização;
- Ambiente de trabalho tóxico.
Falta de segurança psicológica
A segurança psicológica é um conceito que engloba a liberdade que os colaboradores têm para inovar, errar, colaborar e desafiar dentro de uma organização.
Portanto, quando o ambiente não é psicologicamente seguro, ele cria equipes tensas e “engessadas”, que tendem a competir de forma nada saudável entre si, em vez de colaborar. Nesses locais, é comum os colaboradores sofrerem com estresse no trabalho, o que aumenta a chance de acidentes.
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Sobrecarga de trabalho
É verdade que o estresse está bastante ligado ao esgotamento. Por isso, não é difícil de imaginar como uma lista interminável de tarefas contribui para os casos de estresse no trabalho, certo?
Assim, o acúmulo de atividades é um dos principais pontos que podem afetar a saúde mental dos trabalhadores. Ainda, um colaborador que acumula tarefas pode, até mesmo, realizar mais de uma função, o que é muito prejudicial tanto para o indivíduo quanto para a empresa em termos de legislação.
Lideranças tóxicas
É verdade que maus líderes podem destruir bons profissionais, e isso se manifesta em mais de uma forma, incluindo com o estresse no trabalho. Como o líder é o principal ponto de ligação entre o colaborador e a empresa, sua conduta é de extrema importância para a saúde mental do funcionário no dia a dia.
Além de causar estresse, afeta outros indicadores de RH. Inclusive, uma pesquisa do PageGroup aponta que 8 a cada 10 profissionais pedem demissão por conta do líder.
Cobranças excessivas
É comum que o estresse seja maior em ambientes de alta exigência. Assim, esse tipo de local geralmente apresenta uma cultura de cobranças excessivas, que são prejudiciais e assim, associadas ao surgimento do estresse no trabalho.
Baixa valorização
A baixa valorização pode ter várias interfaces no dia a dia. Pode ser traduzida através de salários baixos, falta de benefícios e até mesmo pouco reconhecimento.
Assim, além de representar um risco para o engajamento, esse ponto também prejudica a autoestima no trabalho. Esses efeitos podem ser sentidos por meio de um alto número de rotatividade (turnover) e outros problemas na empresa.
Ambiente de trabalho tóxico
O ambiente de trabalho, em sua totalidade, tem uma grande influência na saúde mental do colaborador.
Isso porque, sem o bem-estar no centro do dia a dia, como falamos, dificilmente o colaborador conseguirá dar o seu melhor nas ações diárias. Isso pode ser prejudicial se a empresa normalizar comportamentos como:
- Abuso e assédio moral;
- Lideranças ruins;
- Relações sem respeito;
- Hábitos de produtividade tóxica;
- Baixa valorização da qualidade de vida no trabalho.
Quais podem ser as consequências do estresse no trabalho?
Apesar de ser algo normalizado por muitas organizações, altos níveis de estresse no trabalho podem, sim, representar sérios riscos à saúde da equipe.
Dessa forma, a empresa também pode sofrer diversos prejuízos, desde processos trabalhistas, queda nos indicadores de RH e, até mesmo, a perda da equipe, o principal ativo de uma organização. Afinal, um negócio é feito pelo trabalho de pessoas.
Porém, essa já é uma realidade no mercado de trabalho.
Segundo o Governo Federal, entre 2012 e 2016, os transtornos emocionais relacionados ao estresse foram a terceira maior causa de afastamento do trabalho.
Assim, estima-se que 3,5% do PIB brasileiro seja perdido com gastos relacionados ao estresse no ambiente profissional.
Além disso, outras consequências que o estresse no trabalho pode trazer para as empresas e para os profissionais afetados pelo problema são:
- Queda na produtividade e hábitos de produtividade tóxica;
- Aumento na chance de acidentes no trabalho;
- Aumento da sinistralidade, absenteísmo e outros indicadores prejudiciais à organização;
- Baixa na qualidade do trabalho;
- Alta rotatividade.
Por esses e outros motivos, a prevenção e os hábitos saudáveis de trabalho são a principal indicação. Se engana quem pensa que um ambiente de “alta pressão” é o melhor para ter grandes resultados. Muito pelo contrário.
Isso porque, diversos estudos reforçam a importância da qualidade de vida no trabalho para uma melhor performance.
Indenização por estresse no trabalho
Sim, é possível que a empresa sofra processos e tenha que pagar indenização por estresse no trabalho.
Nesses casos, o colaborador que sofre com o problema deve comprovar que o quadro aconteceu por conta das circunstâncias do trabalho. Além disso, é preciso provar que existem consequências, como, por exemplo, a diminuição da capacidade de trabalho, alguma sequela, etc.
Isso porque, é dever da empresa proporcionar um ambiente que preze pela saúde e segurança no trabalho, como previsto no artigo 7°, XXII, no artigo 225 da Constituição Federal , também no artigo 157, inciso II da CLT.
Ao descumprir essa norma e adoecer o colaborador, a organização pode enfrentar essas penalidades.
Qual a relação entre ansiedade e estresse no trabalho?
Assim como acontece para outras doenças ocupacionais, o estresse no trabalho pode ser uma porta de entrada para quadros mais severos de ansiedade. Isso porque, a ansiedade pode se manifestar como um quadro contínuo de estresse.
Ou seja, mesmo depois da pessoa ter deixado a situação estressante, a ansiedade faz com que seus sintomas permaneçam. Por isso, é muito comum que pessoas estressadas desenvolvam ansiedade relacionada a seus ambientes de trabalho.
Qual a relação entre a Síndrome de Burnout e o estresse no trabalho?
A Síndrome de Burnout é uma resposta do corpo a um nível extremamente elevado de estresse. Assim, quando acontece, o profissional já ultrapassou seu limite.
Por isso, apesar de serem condições diferentes, uma pessoa com altos níveis de estresse, se não tratados, está sujeita a desenvolver Burnout com o tempo.
Como identificar um colaborador com estresse?
As pessoas vivenciam o estresse no trabalho de formas diferentes e, portanto, reagem a ele de maneiras distintas também. Portanto, a melhor forma de identificar o estresse em um colaborador é a partir da observação.
Alguns pontos a serem verificados nesse sentido são:
- O colaborador teve uma mudança súbita de comportamento?
- A equipe está sempre cansada?
- Estamos recebendo muitos atestados, mesmo aqueles com CID diferentes?
- Qual a relação dessa pessoa com seus colegas?
- Ela anda fazendo muitas horas extras? Como está sua carga de trabalho?
- Como andam os indicadores de desempenho da empresa?
- Como está a inteligência emocional dele?
- Nós promovemos um ambiente de trabalho saudável?
Como você viu quando falamos sobre os sintomas, não demora muito para as características do estresse se manifestarem entre a equipe. Por isso, o importante, se reparar que o time está estressado, é não normalizar a situação e fornecer ajuda.
Como evitar o estresse no trabalho?
As ações que envolvem uma empresa livre do estresse do trabalho incluem um trabalho contínuo que envolve, inclusive, a gestão ocupacional da empresa. Então, além de ações preventivas, é necessário promover um verdadeiro ambiente com bem-estar no trabalho.
Para isso, separamos 3 ações efetivas que os RHs das empresas podem promover para evitar o estresse ocupacional.
1 – Identifique as causas
Só é possível ser realmente livre do estresse no ambiente de trabalho ao entender a raiz do problema.
Ainda, mesmo que o estresse não seja claro na organização, ou seja, não existam indícios de colaboradores estressados, é ideal promover ações que ajudem a monitorar essa situação.
Isso porque, como você viu, o estresse é uma doença silenciosa e que infelizmente pode ser normalizada.
Portanto, para combater isso, é possível fazer pesquisas de clima e satisfação, além de contar com feedbacks (mesmo anônimos) para entender o clima da empresa.
Outra maneira simples e mais descontraída de fazer isso é por meio de dinâmicas de grupo.
Uma ideia é reunir os colaboradores e distribuir folhas de papel entre eles. Nelas, eles devem escrever suas percepções sobre o clima organizacional da empresa e podem deixar sugestões.
2 – Incentive a saúde integral
É possível ter uma equipe mais saudável ao abordar os principais pontos que definem o bem-estar no trabalho. Nem sempre essa é uma tarefa simples, mas, como você viu ao longo deste artigo, é uma grande necessidade.
Para isso, então, é necessário olhar para a saúde integral da equipe. Ou seja, não apenas oferecer qualidade de vida em um ponto, como a saúde emocional, mas abordar o todo.
É possível colocar isso em prática, por exemplo, ao pensar em um programa de qualidade de vida no trabalho. Dentro dele, é importante pensar em três pilares fundamentais:
- Saúde psicológica;
- Saúde física;
- Saúde nutricional.
A boa notícia é que a empresa pode contar com parceiros estratégicos que ajudem a trazer mais bem-estar para o trabalho.
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3 – Conscientize a equipe sobre práticas saudáveis de trabalho
Nada melhor do que contar com a própria ajuda do time para manter um ambiente de trabalho saudável. Por isso, a conscientização também é uma ação que ajuda a diminuir o estresse no trabalho, pois promove mudança de hábitos.
Assim, a partir do que for identificado na pesquisa de clima, é possível promover atividades efetivas para ajudar o time a ter mais equilíbrio no dia a dia e, portanto, afastar o estresse.
As ações podem ser rodas de conversa, informativos, e-Books, palestras, treinamentos, etc. Além de promover um momento de descontração e conexão entre os times, é possível desconstruir mitos e melhorar práticas diárias.
4 – Reveja a cultura organizacional
Como falamos, ambientes com altas cobranças, metas irrealistas e até mesmo estilos de liderança tóxicos podem interferir na felicidade e satisfação do time.
Portanto, uma revisão nos pilares da cultura organizacional da empresa pode ajudar nesse sentido. Isso porque, muitas vezes, sem o devido cuidado, a organização pode perder a atenção a esses pilares. Porém, é importante lembrar que são necessários para o engajamento, motivação e também para a redução do estresse no trabalho.
Nesse sentido, uma pesquisa de clima organizacional pode ajudar o RH a ter mais noção sobre a percepção dos colaboradores.
Tratamento para estresse no trabalho
Quando o caso de estresse já é considerado mais grave, o indicado é a mudança de hábitos, com a introdução de exercícios físicos, atividades de lazer e outros, além da procura da psicoterapia, para tratamento mais imediato e evitar a piora dos sintomas.
Isso porque, é provável que, enquanto a pessoa estiver no local que a provoca estresse, sempre estará estressada.
Portanto, além da conscientização da própria pessoa que sofre com o problema, são necessárias mudanças nas rotinas de trabalho e na forma com que as empresas tratam suas equipes.
Então, se identificar o estresse em algum colaborador ou em si mesmo, o primeiro passo é o afastar da situação estressante o máximo possível e oferecer ajuda psicológica.
Um psicólogo é capaz de ajudar a pessoa em sofrimento a encontrar as melhores ferramentas para aliviar seus sentimentos e lidar com as situações desafiadoras do dia a dia.
Dados sobre estresse no trabalho
Apesar de ser um problema muito comum, nem sempre é simples visualizar os casos de estresse no trabalho no dia a dia. Para dimensionar a situação, alguns dados podem ajudar:
- Segundo um levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 90% da população mundial sofre com o estresse;
- De acordo com a Associação Internacional do Controle do Estresse (ISMS), o Brasil já assume o segundo lugar no mundo com o maior nível de estresse;
- Uma pesquisa realizada pela Capita constatou que 45% dos entrevistados consideraram deixar um emprego devido ao estresse que ele gera;
- Ainda segundo o mesmo estudo, 24% dos trabalhadores já precisaram recorrer ao afastamento do trabalho por estresse.
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